Fuja das notícias falsas: 10 respostas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul – InfoMoney
Equipe InfoMoney
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Em meio a emergência climática que assola o Rio Grande do Sul, muitas notícias falsas, teorias da conspiração e negacionismo circulam nas redes sociais, o que pode gerar ruídos sem necessidade. A boa comunicação pode ajudar a trazer mais visibilidade para a região e aumentar a eficiência das tentativas de ajuda e doações às mais de 615 mil pessoas que estão desabrigadas.
Por isso, o InfoMoney separou 10 perguntas e respostas para esclarecer os principais pontos da situação atual no Rio Grande do Sul, abordando vários tópicos a fim de promover o compartilhamento de informações verdadeiras sobre o momento difícil que a região enfrenta.
Confira.
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Não. A concessionária do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, a Fraport Brasil–Porto Alegre, negou que as operações do terminal voltarão em setembro deste ano, como havia sido noticiado. As instalações do aeroporto e a pista de pouso foram inundadas desde o início deste mês, após as fortes chuvas que atingem o estado desde o fim de abril. O aeroporto continua alagado.Em nota divulgada na quarta-feira (14), a empresa que tem a concessão para operar o terminal da capital gaúcha informou ainda que as operações seguem suspensas por tempo indeterminado e não deu previsão de quando voltarão. “No momento, não temos uma estimativa dos danos causados pela enchente. Após as águas baixarem, teremos condições de avaliar em detalhes os impactos na infraestrutura aeroportuária.”
Não. O estado passa pela pior tragédia climática de sua história, após fortes chuvas alagarem quase 90% das cidades. Os passageiros que precisarem remarcar voos comprados com destino final para todo o estado do Rio Grande do Sul não terão que pagar valores adicionais para mudar a data da viagem. Além disso, o reembolso ou crédito por cancelamento de voos com destino final alterado será total, sem cobrança de taxas.
As mudanças estão valendo desde o dia 11 de maio, quando as companhias aéreas foram oficiadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre os procedimentos a serem observados. Novos voos da malha aérea emergencial para o interior do estado começaram a operar esta semana.
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Não. Os especialistas avaliam a medida como desnecessária. Na visão de especialistas, as chamadas compras de pânico, com intenção de estocar arroz, atrapalham o mercado e geram a sensação de escassez do produto, pressionando o varejo a aumentar seus estoques.
Por isso, a orientação é de que os consumidores adquiram os volumes habituais de arroz para consumo, permitindo que haja o fluxo natural de comercialização do cereal.
Não. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu suspender o corte de energia e a cobrança de multa e juros por distribuidoras do Rio Grande do Sul em virtude dos efeitos das inundações que atingem o estado.
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A suspensão será por 90 dias nos municípios gaúchos que decretaram estado de calamidade pública e por 30 dias nos demais. Também será interrompida a cobrança de encargos setoriais, como os empréstimos feitos feito durante a pandemia e a crise hídrica que vem sendo embutidos na conta de luz, com um impacto de R$ 757 milhões.
Segundo dados da própria Aneel, nas duas principais empresas que atendem o estado são quase 280 mil imóveis sem fornecimento de energia, sendo 143,5 mil imóveis na RGE (do Grupo CPFL) e 135 mil na CEEE Equatorial sobretudo, por questões de segurança.
Não. Um vídeo que denuncia a proibição da entrada de remédios no Rio Grande do Sul foi desmentido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A publicação foi feita por um médico que reclamou da burocracia da Agência em liberar a entrada de aviões particulares com medicamentos no estado. Em nota, a Agência garante que é falso que efetuou qualquer restrição ao transporte de medicamentos destinados ao estado.
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Sim. Com as cheias em diversos municípios do Rio Grande do Sul, surge a preocupação com a disseminação de doenças como leptospirose, além de hepatite A e tétano. Quem teve contato com água ou lama de inundações e tiver algum sintoma como febre e dores, sobretudo na região lombar e na panturrilha deve receber tratamento com quimioprofilaxia.
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento deve ser iniciado no momento da suspeita clínica, não necessitando aguardar a confirmação dos resultados laboratoriais.
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No entanto, o tratamento preventivo, ou seja, antes de iniciarem os sintomas, não é recomendado para a população em geral.
Não. Um homem que se diz voluntário em Porto Alegre divulgou um vídeo, com imagens de um dos centros logísticos da Defesa Civil do estado, afirmando que as doações que estavam estocadas lá não estariam sendo distribuídas e que não haveria ninguém trabalhando no local.
A informação foi desmentida em seguida em um outro vídeo gravado por um voluntário no mesmo local, explicando como funciona a ação de triagem e distribuição das doações no depósito.
Segundo o governo do estado, as doações não ficam paradas nos locais. “Com a gradativa liberação das estradas, há um fluxo constante de entrada e saída de itens como água, alimentos, colchões e agasalhos. Todas as doações que chegam nesses centros são organizadas por voluntários e coletadas pelos municípios para auxiliar as pessoas afetadas pelas enchentes”, diz a nota.
Não. O governo brasileiro aceitou a oferta de ajuda feita pelo Uruguai para operações de socorro às vítimas das cheias no Rio Grande do Sul. Um helicóptero emprestado pelo país vizinho está em operação no estado.
O que gerou ruído foi outra situação. O Uruguai também ofereceu um modelo de avião para auxiliar os trabalhos no Rio Grande do Sul, mas neste caso, a avaliação do governo brasileiro foi a de que o aparelho não seria adequado para o tipo de operação exigida e a infraestrutura aeroportuária disponível, portanto, a conclusão foi a de que aeronave não poderia ajudar. Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), as ofertas de auxílio serão analisadas conforme a adequação às urgências.
Não. Veículos com doações para o Rio Grande do Sul não foram retidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O diretor-geral da agência, Rafael Vitale, esclareceu que não está sendo impedida a entrada de caminhões com doações por falta de nota fiscal ou para cobrança de impostos. Segundo ele, seis veículos foram autuados por excesso de peso no posto de fiscalização de Araranguá (SC) desde o dia 4 de maio, mas as autuações serão anuladas.
Um dos vídeos divulgados na internet mostra caminhões da empresa Bread King supostamente retido por falta de nota fiscal. A empresa desmentiu a publicação, informando que o veículo seguiu viagem até seu destino final, entregando os suprimentos aos necessitados ainda durante a madrugada. No posto de fiscalização, o veículo foi abordado devido ao excesso de peso, porém foi liberado sem receber qualquer notificação ou autuação.
Não. Um vídeo que mostra barcos aguardando para entrar na área alagada em Canoas (RS) devido à cobrança de habilitação e autorização para a utilização de veículos aquáticos na cidade não é verdadeiro. A Brigada Militar nega que esteja verificando autorização ou notificando jet skis ou similares por falta de habilitação.
Segundo o subcomandante geral da Brigada Militar, coronel Douglas Soares, a corporação está com tropas de choque espalhadas nos municípios que foram afetados pela calamidade para evitar “saques, roubos, brigas, qualquer coisa que quebre a ordem”, afirmou Soares em vídeo publicado no Instagram do governo gaúcho.
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O terminal iniciou sua operação comercial de passageiros na última segunda-feira (27)
Enchentes afetaram 471 dos 497 municípios gaúchos
Equipe InfoMoney